Com o intuito de alertar de que o tempo que melhor vivemos é aquele que vivemos com qualidade, nasce o projecto “Saber Viver”.

É de realçar que os idosos de hoje foram os jovens de ontem e, como tal, eles são portadores de imensas memórias que constroem a sua história de vida. Nessas memórias estão presentes os filhos que tiveram e criaram, assim como todos aqueles que participaram na sua vida. É neste contexto, e porque eles tudo fizeram para que os seus soubessem viver o presente, que nós enquanto seus descendentes temos de lhes mostrar que a vida contínua. Que existem muitas coisas que eles podem fazer e em que podem participar, de forma a melhorar a sua vida, não deixando apenas passar os anos.

Neste sentido, desenvolvemos o nosso projecto com a Santa Casa de Misericórdia de Portalegre, a fim de oferecer aos seus utentes novas experiências, de criar dinâmicas que apelam à criatividade, e ao mesmo tempo despertar o interesse da comunidade de Portalegre para assistir ás potencialidades desta geração.

Assim, o projecto assenta na elaboração de trabalhos manuais a realizar com os idosos, actividades desportivas, momentos de leitura e jogos tradicionais, para que numa etapa final todas esta actividades (bens e serviços em termos de Mercado da Solidariedade) sejam partilhadas e conjugadas com mais duas instituições de Portalegre (o Internato Distrital da Nossa Senhora da Conceição e Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos), a partir do Mercado da Solidariedade.


Fotografias da Intervenção

5 de junho de 2008

Conclusão

Sem dúvida este foi um projecto que nos fez crescer, e chegámos a essa conclusão quando no dia a intervenção percebemos que tínhamos conseguido alcançar os nossos objectivos. Com a realização deste projecto conseguimos verificar que a experiência desenvolvida, primeiramente, em São Brás de Alportel, é aplicável a vários territórios, desde de que os valores das pessoas e da acção não se percam.

Foi uma mais valia podermos estar em contacto com os utentes da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre e podermos aprender tanto com eles, assim como, eles connosco. Foi uma partilha que nos enriqueceu em muitos aspectos.

No decorrer do projecto também podemos analisar que efectivamente a transformação social está garantida a partir do momento em que haja um desenvolvimento, uma participação e uma dinamização da comunidade através do indivíduo. Damos especial atenção à convivência que se criou entre as três instituições a partir de uma acção solidária, onde estas mostraram o que poderiam oferecer umas ás outras.

Este projecto permitiu-nos percepcionar a matriz que, enquanto futuras animadoras, devemos ter em linha de conta num projecto de Animação Sociocultural.

Consideramos que será sempre óptimo assistir ao crescimento da semente que nós plantamos e que vamos regando com tanto carinho de forma a vermos nascer um fruto tão solidário.

Agradecimentos

  • Santa Casa da Misericórdia de Portalegre;
  • Sr. Dr. Provedora Piedade Murta;
  • Técnica de Animação Educatica e Sociocultural Teresa Faria;
  • Pedro Candeias;
  • Utentes da Santa Casa;
  • Centro Popular dos Trabalhadores dos assentos;
  • Paulo Milhinhos;
  • Internato Distrital Nossa Senhora da Conceição;
  • Dr. Ilda Farinha;
  • Instituto Politécnico de Portalegre;
  • Escola Superior de Educação de Portalegre;
  • Presidente do Conselho Executivo, Prof. Albano Silva;
  • Prof. Dr. Avelino Bento;
  • Prof. Jorge (audiovisuais);
  • Sr. Vaz;
  • Sr. Amadeu;
  • Alunas de Serviço Social;
  • Luís Ramos;
  • Ana Castelhano;
  • Rancho Folclórico e Cultural da Boavista;
  • Sr. Braga;
  • Projecto Solidariedade Cidadã;
  • Maria Priscila Soares;
  • Ircília Pereira;
  • Escola Secundária de São Lourenço.

Avaliação

Começamos a nossa avaliação pelos serviços e bens trocados no Mercado da Solidariedade. Só depois desta primeira avaliação poderemos rebater sobre a avaliação final do dia da intervenção.

  • Actividades desportivas com os idosos da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre.
    Este serviço foi muito bem aceite tanto por parte dos participantes das três instituições, como também por parte da organização em geral. Todos os membros envolvidos no mercado participaram e pelos seus rostos deu para fazermos uma leitura positiva do primeiro serviço prestado.
  • Demonstração de dança Oriental do Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos.
    Fazemos também um balanço positivo em relação a este serviço, embora tivéssemos sentido que as pessoas tiveram alguma vontade de participar, conjuntamente, com as alunas desta dança.
  • Workshop de dança Oriental do Internato Distrital da Nossa Senhora da Conceição de Portalegre
    Tendo em conta que alguns participantes ficaram com alguma vontade de participar na amostra de dança oriental anterior, este workshop veio dar-lhes a oportunidade não só de participarem como também de aprenderem. Neste também houve a participação de grande parte dos participantes e da organização em geral.
  • Demonstração de danças africanas do Centro de Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos.
    Tal como no workshop anterior esta demonstração teve bastantes participantes a dançarem ao som dos ritmos africanos.
  • Workshop de Ladys Dance do Internato Distrital da Nossa Senhora da Conceição de Portalegre.
    Não fugindo à regra este workshop também contou com bastantes participantes.
  • Contador de Histórias da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre.
    Este foi um serviço onde verificámos uma ternura imensa nos rostos dos participantes e da comunidade que se dignou a assistir. Neste contexto, é evidente que fazemos um balanço bastante positivo de mais um serviço deste mercado.
  • Actuação do Rancho Folclórico e Cultural da Boavista (Infantil) .
    Vindo este grupo actuar neste mercado gratuitamente estamos perante mais uma acção solidária. Este grupo gerou um convívio muito saudável entre participantes, organização e o grupo em si, o que consideramos ser um gesto bastante bonito. Assim, podemos dizer que este foi mais um ponto positivo do nosso Mercado da solidariedade.

Estamos todas de acordo quando dizemos que esta intervenção superou as nossas expectativas. Foi emocionante verificar a relação entre as instituições, os abraços partilhados, as conversas, os sorrisos, a entreajuda, etc., ao longo de todo o mercado. Foi também muito gratificante ver que todas as pessoas que participaram e assistiram compreenderam e praticaram um acto solidário, nem que tivesse sido com um sorriso sincero. No que respeita à troca de bens foi comovente assistir a algumas instituições a colocarem valores baixos, nos seus bens, para que a outra instituição ficasse com um bem (recordação) deste mercado e da sua instituição. Assim, fazemos um balanço bastante positivo do dia da intervenção do nosso projecto final.

Intervenção

A apresentação final do projecto decorreu no dia 31 de Maio, como estava previsto, na Escola Superior de Educação de Portalegre, por volta das 15h.

Contrariamente do que estava planificado, as dinâmicas realizadas durante a intervenção não foram cinco, mas seis, pois, um dos grupos contactados só confirmou o seu convite no dia anterior ao da intervenção.

Outro aspecto a focar é a ordem da planificação, esta foi alterada devido ás condições climatéricas, espaciais e temporais. Assim, a apresentação foi realizada no ginásio da escola, os serviços foram efectuados no pátio e a troca de bens de novo no ginásio.

Como delimitado, a abertura do Mercado da Solidariedade teve início com a apresentação das três instituições, assim como, dos elementos representantes de cada grupo do projecto Solidariedade Cidadã. É de realçar que nesta apresentação também houve uma breve explicação do que consiste o mercado, uma vez que o público presente não tinha conhecimento do que é um Mercado da Solidariedade.

Seguidamente, como estava planificado demos início à troca de serviços do mercado:

  • Actividades desportivas com os idosos da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre.
    Esta dinâmica foi conduzida pelo professor Pedro Candeias que efectuou exercícios de expressão corporal, que habitualmente realiza com os idosos na instituição.
  • Demonstração de dança Oriental do Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos.
    Esta consistiu numa amostra de dança oriental (dança do ventre com véus) que as alunas desta dança se dignaram a apresentar. É de focar que estas alunas têm aulas semanalmente numa sala do Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos.
  • Workshop de dança Oriental do Internato Distrital da Nossa Senhora da Conceição de Portalegre.
    Neste workshop uma das meninas, que reside nesta instituição, ensinou alguns passos e técnicas de dança do ventre aos participantes do mercado.
  • Demonstração de danças africanas do Centro de Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos.
    Nesta amostra tivemos a oportunidade de assistir a um casal africano dançar ao sabor dos seus sons. Nesta os participantes do mercado também tiveram a oportunidade de dançar.
  • Workshop de Ladys Dance do Internato Distrital da Nossa Senhora da Conceição de Portalegre.
    Neste workshop algumas das meninas da instituição dançaram e ensinaram este género de dança.
  • Contador de Histórias da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre.
    Esta pequena sessão foi conduzida por um utente da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre a contar histórias, lenga-lengas e a cantar para os participantes das três instituições e para a comunidade que assistiu ao mercado.
  • Actuação do Rancho Folclórico e Cultural da Boavista (Infantil).
    Este foi um serviço que nós, enquanto organização, pretendemos oferecer ás três instituições participantes. Este grupo dançou duas modas e no intuito de ensinar como se dança rancho dançou mais duas, na companhia dos participantes do mercado.

Numa etapa final procedemos à troca de bens entre as instituições. Nesta troca a Santa Casa da Misericórdia de Portalegre tinha uma banca com os seus bens, o Internato Distrital Nossa Senhora da Conceição tinha quatros e o Centro Popular dos Trabalhadores dos Assentos também tinha uma. É de salientar, e com muita tristeza nossa, que a senhora responsável pela banca dos bens do Centro Popular dos Trabalhadores do Assentos não se dignou a comparecer, o que fez com que essa troca não fosse possível.

Todos os participantes do mercado tiveram na sua mão um total de sete mãos (moeda social) para que pudessem realizar as suas trocas de bens. É importante referir, que todos os participantes que realizaram um serviço individualmente foram valorizados com mais três mãos, para que pudessem realizar as suas trocas.

Um outro aspecto a salientar é o facto de termos realizado a trocas de bens já depois da actuação do rancho da Boavista, o que não estava planificado dessa forma. O compromisso que tínhamos com o Rancho era para as 17h, logo, como os serviços atrasaram não poderíamos faltar à nossa palavra e colocar o rancho a outra hora, até porque este grupo teve outra actuação a seguir à nossa, assim procedemos à troca de bens só depois deste grupo actuar.

Em termos de conclusão, podemos dizer que planificámos desta forma o nosso Mercado Solidário pelo facto de se tratar de trocas de serviços e bens entre instituições e não entre pessoas que participaram individualmente. Assim, criámos um Mercado Solidário diferente de todos os outros anteriormente realizados.